quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Saiu na imprensa - 04/02/2009 - Portal da Revista RAIZ.



Toré de Pernambuco - PE


Por Revista RAIZ.

04 de fevereiro de 2009

O Coco de Tebei e os índios Pankararu serão os convidados do Pandeiro do Mestre neste sábado, 7 de fevereiro. Visite o blog http://www.festivalcocodetore.blogspot.com/ Depois do sucesso da primeira etapa do Festival Coco de Toré, na cidade de Águas Belas, na última sexta-feira (30), o Pandeiro do Mestre receberá neste sábado, 7 de fevereiro, o Coco de Tebei - do distrito de Olho D´Água do Bruno - e os índios Pankararu - de Brejo dos Padres, também do sertão do estado - para uma grande noite de festa em Tacaratu.

A primeira parte do evento, na última sexta, em Águas Belas, contou com as participações do grupo Fehtxa (índios Fulni-ô) e do Coco Raízes de Arcoverde, que, juntos com o Pandeiro do Mestre, agitaram a Praça de Eventos da cidade.

Os grupos que integram o Festival mantêm uma relação muito próxima com o Pandeiro do Mestre. Alguns participaram do primeiro cd do grupo, Coco de Toré (2007), como é o caso do Coco Raízes de Arcoverde, e dos índios Fulni-ô e Pankararu. O Coco de Tebei, por sua vez, não poderia ficar de fora da festa, pois, além de apresentar sonoridade com a influência do toré indígena, como o Pandeiro do Mestre, é um importante grupo cultural de Tacaratu.

A participação dos grupos indígenas no Festival é um dos destaques, visto que o trabalho do Pandeiro do Mestre é, em muito, pautado pelo toré dos índios do sertão de Pernambuco, fruto da convivência de mais de quinze anos do músico Nilton Junior com as etnias Xucuru e Pankararu. O Festival Coco de Toré irá proporcionar às populações do interior do estado o contato com a música gerada a partir das influências indígenas: "Eu estou levando de volta para a aldeia tudo o que a aldeia me ensinou. É uma maneira de mostrar para eles (os índios) o que eu tenho feito com tudo o que eles têm me ensinado. O Festival é muito importante por isso." Declara Nilton Junior, numa mostra de gratidão pela riqueza cultural que influenciou o trabalho do Pandeiro do Mestre.

O evento se propõe levar, de maneira totalmente gratuita, entretenimento e cultura a uma região historicamente tão sofrida e ainda pouco assistida. Sem falar que um festival desse porte gera trabalho e renda tanto de forma direta como indireta, já que muitos dos serviços necessários ao evento serão contratados na própria região.

O Festival Coco de Toré – Pandeiro do Mestre e convidados tem incentivo do Governo do Estado de Pernambuco, através do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura – Funcultura/Fundarpe, e apoio da Prefeitura Municipal de Águas Belas e da Prefeitura Municipal de Tacaratu.

Sobre Coco de Toré e o Pandeiro do Mestre:

Coco de Toré - Coco de Toré é uma denominação muito antiga. O pesquisador Prof. Edmundo Pereira em seu escrito "Benditos,Toantes e Sambas de Coco" (referindo-se aos diários de campo de Luiz Saia, chefe da Missão de Pesquisas Folclóricas idealizada por Mário de Andrade), nos esclarece que os índios Potiguara da Baía da Traição- PB já usavam o termo em 1938 para indicar "um folguedo dançado em sentido anti-horário" como é no toré; "puxado por toadas de canto e resposta", igual ao toré; e "acompanhado por maracás e um pequeno zabumba", igual à instrumentação de algumas formações de samba de coco, cafurna e mazurca, atualmente ainda existentes no sertão.

Pandeiro do Mestre - é um grupo formado por pessoas da capital, porém, religiosamente e afetivamente, ligado ao sertão do toré dos índios e ao samba de coco. É um coco de toré de feição urbana, adiciona instrumentos do coco de roda à sua formação e ganha o baque muito característico dos cocos de beira-mar. O grupo é formado por Nilton Jr - voz, maracás, bombinho e apito; Bruno Vinizoff - bombo; José Batista - maracás e sax; Isael Araújo - matraca e tarol; Jackeline Alves e Bárbara Gonçalves, coro e apito. O primeiro cd do coco "Pandeiro do Mestre - Coco de Toré" tem participações especiais de Tiné, Siba, Coco Raízes de Arcoverde, Coco Bongar, Zé Neguinho do Coco, Índios Pankararu e Fulni-ô de Pernambuco.


SERVIÇO:

Segunda etapa do Festival Coco de Toré – Pandeiro do Mestre e Convidados.
Sábado, 7 de fevereiro,
sábadoPraça Central de eventos de Tacaratu – PE
A partir das 20 horas.
Coco de Tebei
Pandeiro do Mestre
Toré com os índios Pankararu
Entrada gratuita
Mais informações: (81) 9488 6611/ (81) 8855 2635 www.myspace.com/pandeirodomestre www.festivalcocodetore.blogspot.com


INFORMAÇÕES SOBRE OS GRUPOS DO DIA 07/01/2009:

Pandeiro do Mestre (81) 8855 2635 (Nilton Junior)
pandeirodomestre@yahoo.com.br (81) 9488 6611 (Teresa Huang)
terehuang@hotmail.com www.myspace.com/pandeirodomestre

O Pandeiro do Mestre é um grupo formado por pessoas da capital, porém, religiosamente e afetivamente, ligado ao sertão do toré dos índios e ao samba de coco. É um coco de toré de feição urbana, adiciona instrumentos do coco de roda à sua formação e ganha o baque muito característico dos cocos de beira-mar. O grupo é formado por Nilton Jr - voz, maracás, bombinho e apito; Bruno Vinizoff - bombo; José Batista - maracás e sax; Isael Araújo - matraca e tarol; Jackeline Alves e Bárbara Gonçalves, coro e apito. O primeiro cd do coco "Pandeiro do Mestre - Coco de Toré" tem participações especiais de Tiné, Siba, Coco Raízes de Arcoverde, Coco Bongar, Zé Neguinho do Coco, Índios Pankararu e Fulni-ô de Pernambuco.

Coco de Tebei (81) 3429 7625/ (81) 9624 3743
sambadacom@gmail.com

Grupo é formado por agricultores e tecelões do distrito de Olho D´Água do Bruno, distante cerca de 10 km de Tacaratu, sertão de Pernambuco. O nome do grupo refere-se à modalidade de coco cantado e dançado pela comunidade com o objetivo de aplainar o chão de barro de casas em construção. No coco de tebei não há instrumentos e o ritmo é marcado pelos homens com os pés, enquanto as mulheres cantam. Recentemente o Tebei lançou o dvd e cd "Eu tiro o couro do dançador", produzido pela Sambada Comunicação e Cultura e com o apoio do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura – Funcultura.

Pankararu

O grupo indígena Pankararu ou Pankaru está localizado na zona do Sertão do São Francisco, distante 412 km, da capital do Estado. A população atual do grupo indígena Pankararu é de 4.146 índios, distribuídos em núcleos familiares, ocupando uma área de 14.294 ha. Esta população é essencialmente rural, com dedicação quase exclusiva ao trabalho agrícola. Devido ao trabalho realizado pelos missionários, os índios cultuam a religião católica, observam o calendário de festas populares religiosas, mas mantêm também rituais, danças e folguedos próprios da sua cultura. O Festival Coco de Toré – Pandeiro do Mestre e convidados contará com a participação de índios da etnia Pankararu, da localidade de Brejo dos Padres, numa roda de toré no dia 7 de fevereiro. O toré é dançado ao ar livre por homens, mulheres e crianças, geralmente nos fins de semana. O ritmo é marcado pelo som de maracás feitos de cabaças. Os versos da música são cantados em português, misturados com expressões do antigo dialeto da tribo. A dança do Toré é regida por uma música fortemente compassada, o Toante, cantado por apenas um "cantador" ou "cantadora" e que encontra respostas periódicas nos gritos uníssonos e ritmados do grupo de bailarinos. É nas danças e nos rituais que a cultura dos índios Pankararu está mais bem representada. Do dialeto da tribo só existem alguns vestígios nos cantos que acompanham as danças. Sua língua nativa não conseguiu sobreviver.

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